Criar uma Loja Virtual Grátis
Pergunta número 11
Pergunta número 11

Pergunta:

"Porque é que te automutilas-te? Ainda o fazes?"

 

 

Bem… Para primeiro vou dizer que me vai custar bastante falar sobre isso, foi um mau “episódio” da minha vida, mas bem vamos lá.

Digamos que a automutilação acontece quando temos fases menos boas na nossa vida, um estudo diz que isto costuma acontecer mais na fase da adolescência. A automutilação é o ato de agressão ao próprio corpo, este ato serve de “consolo” a dores emocionais sendo que em muitos casos deve-se ao que chamam de bipolaridade. Algumas formas deste são os cortes na pele, as queimaduras e por vezes as pancadas nos próprios corpos.

Pois bem, depois de saberem mais ou menos o que é segundo as definições do mesmo, vou falar do que senti. Muitos acham bizarro, estúpido, parvo, as pessoas andarem a cortar-se (como foi o meu caso) mas o que tenho a dizer é muito simples; imaginem como se sente aquela rapariga forte que vocês estão sempre a gozar, aquele rapaz tímido que vocês dizem ser convencido, aquela pessoa que se veste de maneira diferente e vocês chamam palhaça.

É… é realmente muito engraçado gozar, troçar e dizer mal de uma pessoa que é assim e que é assado, mas um dia tentem colocar-se no lugar dela para sentirem um pouco do que ela sente quando vocês fazem piadas à cerca dela.

No entanto, e falando de mim, eu era uma pessoa pela qual gozavam por ser gorda, chamavam de feia, gritavam que era uma falhada e estúpida. A minha vida nunca foi um mar de rosas, e depois de ouvir aquelas coisas… a minha vontade sempre foi a pior, à minha cabeça só vinham aquelas palavras maldosas e a dor continuava a crescer, as lágrimas a cair... A única saída, era a automutilação, sim… não é a melhor, mas naquele momento uma rapariga com 14/15 anos não pensava em soluções melhores.

Para mim a automutilação foi sempre aquela saída, depois de tudo por que estava a passar, o meu único pensamento era para aquilo e apenas para aquilo, aliviava-me toda a dor que sentia, cada corte que fazia era cada “boca” que diziam sobre mim, todos os dias…

Não digo que me orgulhe do que fiz, porque para muitos, isto que chamam de “brincadeira”? Corre mal e acabam por ficar sem a sua vida, mas não sei… naquele momento era a minha única safa. O tempo foi passando e as coisas mudaram, eu emagreci, deixei de ser o “patinho feio” que toda a gente gozava, aprendi que os verdadeiros estarão sempre ao nosso lado independentemente de como somos física e psicologicamente. E é a essas pessoas que nos devemos agarrar com toda a força, pois se são de verdade quando estamos a cair eles estão lá para não permitirem que isso aconteça.

Hoje, sou uma pessoa diferente, deixei de ligar ao que os outros dizem ou fazem e passei a ser feliz à minha maneira, aprendi a gostar de mim porque se não for eu a gostar quem vai gostar? Não digo que deixei totalmente de me automutilar, porque hoje posso estar bem amanhã posso não estar, e a tendência para a automutilação é forte para quem já o fez; digo apenas que não vou abaixo tão facilmente como antes, não é A nem B que me fazem cair no chão sem que eu me levante logo, não é uma boca “de fora” que me vai intimidar a ponto de só me querer enfiar num buraco bem fundo.

Por isso, quem lança bocas deste género que pense bem antes de o fazer, as pessoas vão buscar as maneiras mais estranhas para superar a dor e às vezes podes estar a “levar uma pessoa para a cova”, para ser mais radical. Quem passa ou passou por alguma situação deste género, lembrem-se sempre “O sol brilha para todos da mesma maneira, a vida é bela e… não queiram ser iguais aos outros, porque cada um é perfeito à sua maneira e de pessoas idiotas está o mundo cheio. Não desistam perante qualquer dificuldade, mostrem como são superiores e não deixem que vos deitem a baixo” Piscadela